terça-feira, abril 26

Quem matou o carro elétrico?

Acabei de ver o ótimo documentário Who Killed the Electric Car?  (coloquei abaixo os link das 8 partes que dar pra ver no youtube! Se não tiver tempo recomendo ver pelo menos a primeira). Ele conta uma história que me surpreende: a de como nasceu e, de certa forma, morreu, o carro elétrico nos EUA. Não fazia ideia que a tecnologia de carros elétricos não era algo novo, e que vem lá do começo do séculos passado. Sempre vi notícias de carros elétricos e híbridos, achando-os a última novidade em tecnologia. Pelo visto, estava bastante errado e ingenuinamente iludido.

Acredite, ainda há muito petróleo a ser extraído, logo, muito dinheiro a ser ganho, o que significa que qualquer outra alternativa que possa ser mais barata ao consumidor vai de encontro a essa lógica e, consequentemente, será contrariada, caçada e tão logo eliminada – como o foi o carro elétrico. E nessa luta vale tudo: campanhas de sabotagem dos produtos, lobby, e as relações públicas da pior categoria.

No decorrer do documentário são apresentadas várias razões pelas quais o carro elétrico foi tirado das ruas: pela pressão das petrolíferas, por uma questão óbvia, pelas próprias empresas automobilísticas, que não previam o sucesso do veículo, pois viam nele a ameaça da perfeição de um carro prático, urbano, limpo e de fácil manutenção. Claro, afinal não era necessário consumir os produtos derivados, como óleo de motor e até próprias peças do mesmo – já que não há motor de combustão no elétrico. Não se pode deixar de fora também aquele que deveria ser o maior motivador a uma transição para uma economia verde: o Governo. O governo dos EUA [o mesmo Bush dos conflitos no Oriente Médio por petróleo] apoiou o boicote aos carros elétricos, isso é fato, e não só por conceder incentivos a empresas petrolíferas, mas na própria falta de respaldo legal a outras alternativas. É como diz um dos entrevistados: usa-se o dinheiro arrecadado com impostos para guerras, incentivos a grandes empresas, mas não para se preparar e garantir um futuro melhor.

O Brasil se diz ser “autosuficiente” em petróleo, mas ainda precisa importar para garantir a qualidade de seu combustível. O Governo Brasileiro está boicotando seu povo e seu desenvolvimento de forma sustentável, assim como o faz o USA, para o beneficiamento de poucos, depositando todos os seus recursos no Pré-Sal, ou seja, na tecnologia do século passado, ao invés de investir em novos tipos de energias. O que seria isso se não proteção e manutenção dos lucros, enquanto a maioria da população precisa pagar quase R$ 3 num litro de gasolina? Que dicotomia é essa? Isso é absurdamente desonesto e insustentável. Esse modelo de desenvolvimento não vai agüentar por muito tempo, ele é injusto e falho.

Links:

Fonte :  Blog "E Esse tal meio ambiente?"

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